
A disfunção temporomandibular (DTM) é uma condição complexa e multifatorial, que envolve alterações musculares, articulares e até comportamentais. Seu diagnóstico funcional exige precisão e sensibilidade clínica. Nesse contexto, a eletromiografia de superfície (EMGs) surge como uma ferramenta objetiva e altamente confiável para avaliar a atividade muscular da face — especialmente os músculos mastigatórios e expressivos.
A EMGs é uma técnica não invasiva que capta os sinais elétricos gerados pelos músculos durante o repouso e a contração. Os eletrodos são posicionados sobre a pele, sem agulhas, o que torna o exame confortável e seguro para o paciente.
No caso da face, os principais músculos avaliados são:
Masseter (superficial e profundo)
Temporal (anterior)
Pterigoideo medial e lateral (indiretamente)
Músculos supra-hióideos
Músculos orbiculares (em casos associados à dor miofascial facial)
Esses músculos são fundamentais na mastigação, deglutição, fonação e expressões faciais — e sua disfunção está fortemente associada a quadros de DTM.
Estudos mostram que pacientes com DTM apresentam padrões alterados de recrutamento muscular, especialmente:
Atividade aumentada em repouso (tônus basal elevado);
Diminuição da simetria entre os lados (dominância muscular unilateral);
Fadiga precoce ou compensações ao mastigar ou apertar os dentes;
Alteração nos padrões de coordenação entre masseter e temporal.
A EMGs permite registrar essas alterações de forma objetiva, auxiliando o fisioterapeuta na:
Confirmação diagnóstica funcional;
Comparação entre lados (assimetria);
Avaliação da resposta muscular ao toque ou à dor;
Acompanhamento da evolução do tratamento.
Segundo estudos como Andrade et al. (2016) e Farella et al. (2018), a EMGs tem sensibilidade para detectar padrões miofuncionais típicos em DTM com alta confiabilidade inter e intraexaminador.
No Núcleo Alma, a avaliação com EMGs é incorporada ao protocolo de avaliação de pacientes com DTM, dor orofacial e disfunções da ATM.
Nosso processo clínico envolve:
Avaliação funcional completa (incluindo palpação muscular, ausculta articular e testes de movimento mandibular);
Aplicação da EMGs em repouso e em tarefas controladas (mordida, deglutição, apertamento);
Análise de simetria, intensidade e timing de ativação;
Correlação com sinais clínicos e sintomas relatados pelo paciente;
Reavaliação periódica para mensurar progresso terapêutico.
O resultado da EMGs nos permite criar um plano fisioterapêutico preciso, direcionando:
Terapias miofuncionais;
Técnicas de liberação miofascial;
Reeducação neuromuscular;
Biofeedback terapêutico com EMG (quando aplicável);
Estímulos sensoriais e posturais integrados.
🧠 Vantagens do Uso da EMGs na DTM
✔️ Não invasiva e indolor
✔️ Altamente sensível a variações musculares
✔️ Permite documentar e monitorar progresso
✔️ Fortalece o raciocínio clínico
✔️ Apoia a escolha de técnicas com base em evidências
✔️ Valoriza a fisioterapia integrativa e baseada em dados
A avaliação muscular da face com EMGs é um diferencial clínico, mas, acima de tudo, é uma ferramenta de precisão e ética profissional. Em casos de DTM, ela não substitui o olhar clínico — mas o expande, qualifica e orienta de forma científica.
A tecnologia, quando guiada por fisioterapeutas qualificados e com propósito, transforma a dor em funcionalidade e os dados em cuidado.
Andrade AS, et al. “Surface Electromyography in TMD Patients: What Can We Trust?” Journal of Oral Rehabilitation, 2016.
Farella M, et al. “Electromyographic Assessment of Masticatory Muscle Activity in TMD.” Clinical Oral Investigations, 2018.
COFFITO. Resoluções sobre atuação clínica, terapêutica e diagnóstica do fisioterapeuta.
📆 Atendimentos com EMG na prática
📍 O Núcleo Alma oferece avaliação com EMGs para pacientes com DTM e dor orofacial.
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